segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fantasias na tela (uma reflexão sobre cinema).

Quem de nós não gosta de sentar diante da tv e assistir um belo filme?
Provavelmente todos. Porque o cinema tem esse poder? Nos transportar para dentro da tela, fazer com assumamos papéis que não são nossos.
Muitos nos vemos dentro das histórias, protagonistas de uma fantasia real. Todas as vezes que “ré-assinto” Matrix, me pergunto pela realidade. Questiono o que é real e o que é pensamento. É um dos vários filmes inteligentes e que podem nos fazer pensar, me lembra o pensamento de Descartes: “a existência precede ao pensamento”, ou seja, pensar é a condição para nossa existência.
A magia das telas é fundamentada na vida. Histórias de injustiça, ou mesmo de pessoas que buscam alguma coisa, são perseguidos, perseguem... Matam, usam armas modernas, ou vivem aventuras cotidianas. Refletem um pouco os nossos desejos de liberdade e poder. Em O Clube do Imperador, percebemos a importância da cultura na formação de um indívíduo e como somos nós mesmos os responsáveis pela formação de nosso caráter.
Sociedades perfeitas, como em Equilíbriun, refletem o desejo do homem de controlar tudo e de ter um mundo perfeito, mesmo que às custas da morte ou exclusão de muitos. A serviço de quem está o cinema? Existe algo por trás das telas?
Pensar isso é levantar questões sobre a própria essência de tudo, é entender que temos uma vocação para liberdade e para o questionar, para desvendar o mudo que nos cerca, que é enigmático e paradigmático.
Quando imagino uma temática como a do filme A vida é bela, onde o amor de um pai por um filho o faz camuflar os horrores da Segunda Guerra Mundial, e o leva a sonhar e até brincar com aquela realidade, me faz pensar que ainda existem muitos que pensam nos outros e que fazem a diferença em nosso meio, mesmo contra as idéias de egoísmo e guerra de todos contra todos (diria Sartre), que não podemos mais contar com a solidariedade ou mesmo a bondade de ninguém.
Também existem os que levantam questões que parem bobas. Efeito Borboleta I e II, podemos mudar o nosso destino? O que passou está onde? As viagens no tempo são possíveis? São muitas as inquietações filosóficas que nos são provocadas por esses filmes, ou seja, o cinema tem várias funções.
Quem ao assistir Um Dia de Fúria, não se perguntou se realmente as tensões e os problemas do nosso dia-dia não podem causar uma crise de personalidade e uma mudança radical no comportamento, no caso do filme, o personagem principal, abandona o carro em uma alto estrada, em um congestionamento quilométrico, assalta uma loja de armas e sai atirando em todos que encontra na rua. É conhecida a frase que diz: A arte imita a vida.
No livro O que Sócrates Diria a Woody Alen – Cinema e Filosofia, Jean Antônio Rivera, analisa vários filmes do consagrado diretor numa ótica filosófica, mostrando como as questões propostas pelo cinema refletem desejos internos do homem, ou mesmo medos e fantasias.
Por isso lembre-se: quando estiver assistindo um filme, ele é bem mais do que aparenta. Tente olhá-lo com olhos críticos e saiba que, cada vez que “ré-assistimos” percebemos mais uma dimensão oculta.

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