sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um pensamento sobre política

Que sociedade queremos? Estamos dispostos realmente a mudar o mundo? Queremos mesmo um mundo melhor? São várias as indagações acerca do homem e da sociedade onde ele está inserido.
Digo isso para falar de política. Algo que é essencial para vida humana, pois é o instrumento que organiza que rege e que dirige nossas vidas. Desde o barão de Montesquieu, onde com o seu Espírito das Leis, preparou as bases para o nosso Estado (questão dos três poderes) até os nossos dias vemos e ouvimos todos os dias pessoas dizerem que não gostam de política. Mas seria essa atitude solução? Que se beneficia com esse pensamento?
A política é arte do bem comum, é o cuidado com a polis e todos os seus moradores. O político é aquele que quer o bem comum. Para os gregos antigos deveria ser um filósofo o responsável por tal função, pois o mesmo teria o conhecimento e maturidade para gerir a cidade. Deveria cuidar de todos sem privilegiar ninguém e sim ter em vista apenas o bem da cidade.
Mas hoje o perfil dos nossos políticos mudou. Já não é o bem da cidade que importa, já não há imparcialidade ou mesmo neutralidade. Claro que tudo isso é reflexo da sociedade, o tido de cidadão que é fruto dessa realidade. Pessoas que cada dia se aproveitam mais da ignorância, da pobreza, da falta de clareza do povo, enfim, é assim que oportunistas chegam ao poder no Estado e passam a manipular à “máquina administrativa”.
Hoje olho em volta e vejo poucos exemplos a serem seguidos, prefiro olhar para trás e buscar inspiração nos gregos para tentar entender a política. Assusto-me até com os que estão perto da gente: “orçamento participativo, mandato democrático, companheiros pra cá, companheiros pra lá”. São esses os chavões daqui. É algo intrigante e revoltante o quando esses hipócritas despreparados são capazes de fazer. Falsos “pais dos pobres” só aparecem a cada quatro anos com as mesmas cestas nas mãos e o mesmo papo. Pais sucedem filhos, famílias se revezam e assim é a nossa história.
Quando ando na feira e escuto os populares ainda apaixonados porque sua dignidade foram trocados por um favor em algum hospital ou uma saca de cimento, até discutirem por candidato “a” ou candidato “b” com tanta veemência que refletem a total ignorância no assunto e confundem obrigação com bondade. É dever do Estado cuidar dos cidadãos e só pode cumprir bem esse papel os que são vocacionados a isso. Quantos Pedros Simons vocês conhecem? E Gabrieis Chalita? Eu só conheço um de cada.
Temos homens e mulheres q ue diante de câmeras e microfones dizem uma coisa e nos bastidores fazem outras, são meramente atores pagos com dinheiro público, ou o que é pior “falsos salvadores da pátria”.
Fico perplexo e até sem ação com os nomes que surgem pleiteando mandatos: produtor de cinema de bairro, puxador de quadrilha junina, agente de turismo, guardador de carros, presidentes de associação de bairro, enfim, minha perplexidade não é com as funções que, para mim são todas dignas, contudo na realidade que estou inserido é mera questão de promoção pessoal e trampolim para status.
Mesmo percebendo que num primeiro momento existe uma inquietação diante de uma realidade isso não significa dizer que realmente se pode mudar algo só com inquietação. Muda-se quando se quer mudar, quando se tem claro o que é o publico e suas diferenças com o privado, quando se tem uma maturidade emocional e equilíbrio psicológico para lidar com o poder, com a capacidade de decidir coisas que mudarão diretamente vidas de pessoas.
É preciso dialogar com as pessoas, é preciso sentir os desejos e anseios desse povo, sem medos e receios. Atendendo, conversando, olhando olho no olho, enfim, o verdadeiro político ele o é sem mandato. É algo intrínseco a sua própria condição existencial, é o desejo constante de servir e ao mesmo tempo com profissionalismo e zelo pelo seu serviço. Vejo muitos que aqui estão (locais) com aquilo que eu chamo de “síndrome da monarquia retardada”, ou seja, política absolutista centrada no egocentrismo pessoal que quer tudo e todos ao seu mero serviço. Sem falar da prática da perseguição que é muito comuns mesmo homens já antigos nesse oficio são movidos por esse desejo: perseguir os que discordam de suas idéias, coagir, transferir, exonerar, enfim, “tirar o obstáculo do caminho”.
É preciso ter clareza ao escolher um homem público para um mandato: Quem foi ele? (seu passado, sua história), quem é ele? (seu presente, como se posiciona sobre as grandes questões), o que ele quer? (projetos futuros). E fujamos dos votos de repúdio, não resolve entregar mandados em mão de pessoas que não tem vocação para tal; precisamos incentivar pessoas que realmente vão fazer a diferença nesses espaços públicos, precisamos valorizar nosso voto, pois só mudaremos a sociedade quando mudarmos os nossos políticos.