quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Viver é preciso, filosofar é impreciso.

Olhar é se colocar no lugar do outro, o outro é aquele que nós olhamos, é aquele que tentamos compreender. O tempo presente é verdadeiramente aquele que experimentamos dentro de nós, é aquele que existimos. Pensar é existir, questionar é agir.
Quando olhamos percebemos que não estamos sós, percebemos que somos “um com os outros” e isso por demais nos provoca a nos relacionarmos. Relação é exposição é revelação é doação, são muitos os “ãos” que podem nos levar a compreensão ou mesmo a exclusão (porque também não dizer na solidão).
Parte-se sempre de premissas que nos agradam ou mesmo que nos convém, contudo existir é bem mais que comodidades e vontade própria. Estamos inseridos em um Universo que se expande, em algo que veio do micro e passou a ser macro. Ou seja, olhar para o Homem é olhar para um protótipo do Universo. Com todas as nuanças e todos os mistérios. É lidar com algo que não é previsível. Enquanto escrevo esse texto pode me dar um ataque neurótico e eu posso destruir o computador sem necessariamente ter um motivo plausível. Apenas para ver se sou capaz de fazê-lo!
Desde os tempos mais remotos que o homem buscar respostas para seus questionamentos mais profundos, que ele sempre foi “inquietado” com o que o cerca. Isso sempre provocou reações e provoca. Aqueles que não se deixaram conformar com o aparente estão sempre fazendo perguntas à realidade, estão sempre questionando e se questionando. É nossa vocação para o pensar que nos faz ser no mundo.
Verdadeiramente o nosso ser racional leva pra esse caminho. Alguns indivíduos aprendem a domesticar melhor essa dimensão e aí fazem a diferença entre os demais. A retórica a serviço de causas próprias. Homo, lopus, hominis. Numa tradução rude: “O homem é o lobo do homem”. Tudo que é impreciso é porque se faz necessário falar, ruminar, questionar, admoestar, ou seja, é na imprecisão que buscamos a precisão. É nesse constante movimento, diria Heráclito, que se dá a dinâmica das coisas.
Em nossa finitude buscamos o infinito. Vislumbramos a beira do precipício e não acreditamos que ele existe até presenciarmos alguém se precipitar nele. É preciso filosofar para entendermos que tudo isso faz parte da vida, esse movimento do “vir a ser”, do constante devir.
A Paidéia (educação) é a resposta humana a tudo, só por ela seremos capazes de atingir a maturidade humana.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Acerca das dicotomias: gestor ou administrador? o que estamos precisando?



    Diante da nova realidade social hoje passamos a perceber diferente a questão da gestão escolar. Enquanto que, antes, se fala em administração, hoje falamos com propriedade em gestão. Significa uma nova postura, um novo olhar sobre a organização e uma nova forma de ver a realidade à nossa volta. Agora falamos também de princípios participação, autonomia, autocontrole e responsabilidade.
    Nesse novo enfoque é fundamentação a noção de liderança educacional que é indispensável para um bom gestor. Simplicidade nos procedimentos; objetividade na comunicação e transparências nas decisões.
    É preciso entender que a escola tem um papel social. Não se pode esquecer isso. Ou seja, ela não está imune ao que está a sua volta, ou melhor, ela faz parte de tal realidade. Significa dize quer bem mais que um “técnico” formal para administrar. É necessário um gestor sensível à realidade interna e externa do espaço escolar.
    Ao falarmos em eficácia da escola temos que, verdadeiramente estar atentos para não estarmos praticando um mero reducionismo-praxista, ou seja, reduzindo tudo meramente a práxis. Não existe tal escola se sua gestão não for inovadora e atual.
Escola eficaz:
1. Aberta a comunidade;
2. Atualizada – prática pedagógica e atualização docente;
3. Em sintonia com a tecnologia;
4. Formação integral dos alunos
5. Está sempre disposta as atualizações do PPP em detrimento a realidade à sua volta;
6. Responde os desafios da gestão escolar.

    O Projeto Político Pedagógico da Escola é o termômetro que mede toda eficácia e os resultados da educação. Sempre no fim de ano é importante sentar com toda equipe e avaliar o PPP além de todo o processo educacional, bem como a gestão da escola. É um momento de reflexão.
    Não se dirige uma escola sozinho é preciso um equipe comprometida e disposta a quebrar velhos paradigmas, que percebam que hoje não há espaços para direção autocrática e sim colegiada, pautada em planejamentos e ações concretas comprometias com o sucesso dos alunos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Gestão Democrática

GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
Os artigos 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional de Educação (PNE) indicam que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e locais em conselhos escolares. Devemos enfatizar então que a democracia na escola por si só não tem significado. Ela só faz sentido se estiver vinculada a uma percepção de democratização da sociedade.

Na Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano Político pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar.
A gestão democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e à coordenação de atitudes que propõem a participação social: no planejamento e elaboração de políticas educacionais; na tomada de decisões; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. Com a aplicação da política da universalização do ensino deve-se estabelecer como prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como a garantia da qualidade social da educação.

As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional.

O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega à sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade.

Em síntese, o bom gestor deve ser um administrador, isto é, manter a escola dentro das normas do sistema educacional, seguir portarias e instruções e ser exigente no cumprimento de prazos. Também deve valorizar a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e criar oportunidades de capacitação docente.

Deve, contudo, preocupar-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, estar sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abrir a escola nos finais de semana e permitir trânsito livre em sua sala.

Para isso é importante ter uma equipe de direção que tenha talentos complementares. Delegar e liderar devem ser as palavras de ordem. E mais: o bom diretor indica caminhos, é sensível às necessidades da comunidade, desenvolve talentos, facilita o trabalho da equipe e, é claro, resolve problemas.